Muitos motoristas se perguntam se têm direito ao adicional de periculosidade. A resposta depende de uma série de fatores que envolvem o tipo de trabalho realizado, as condições de risco e até convenções coletivas. Neste artigo, vamos explorar se o motorista tem direito a periculosidade, como esse direito pode ser reivindicado e quais provas são necessárias em uma ação trabalhista. Entenda também a importância de consultar um advogado especializado para garantir seus direitos.

O adicional de periculosidade é um direito assegurado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a todos os trabalhadores que desempenham suas funções em condições que os expõem a riscos elevados. Mas a questão que muitos se fazem é: o motorista tem direito a periculosidade? Neste artigo, vamos detalhar o conceito de periculosidade, quem tem direito a essa remuneração adicional, e como os motoristas de caminhão podem reivindicar esse direito.

O Conceito de Periculosidade

De acordo com o artigo 193 da CLT, atividades ou operações que impliquem exposição a substâncias inflamáveis, explosivos, eletricidade ou radiação ionizante, entre outros agentes perigosos, são consideradas perigosas. A periculosidade é entendida como uma situação em que o trabalhador, durante a execução de suas atividades, corre riscos iminentes à sua vida ou integridade física.
No caso dos motoristas de caminhão, especialmente aqueles que transportam cargas perigosas como combustíveis, a questão da periculosidade é frequentemente debatida. Afinal, o motorista tem direito a periculosidade quando exposto a tais riscos, e a empresa deve remunerá-lo adequadamente por esse trabalho.

Como a Periculosidade é Remunerada?

O adicional de periculosidade é calculado com base no salário-base do trabalhador, conforme estipulado pela CLT. O percentual aplicado é de 30% sobre o salário, excluindo benefícios como gratificações, prêmios ou participação nos lucros. Isso significa que o trabalhador recebe esse valor adicional por desempenhar atividades que oferecem riscos à sua saúde e segurança.
Para um motorista que transporta combustíveis, por exemplo, a periculosidade se justifica pela exposição ao risco de explosões e incêndios, situações que representam perigo constante. Assim, o motorista tem direito a periculosidade e deve receber esse adicional em sua remuneração.

 Motorista Tem Direito a Periculosidade? Entenda Seus Direitos e Como Reivindicá-los 
Quem Tem Direito ao Adicional de Periculosidade?

Nem todo trabalhador tem direito ao adicional de periculosidade. Conforme a CLT, o adicional é destinado apenas àqueles que trabalham em condições que oferecem riscos iminentes à vida ou à integridade física. No caso de motoristas de caminhão, a periculosidade é garantida quando o trabalhador transporta cargas perigosas, como produtos químicos, combustíveis ou explosivos.
Além disso, é importante destacar que, em algumas categorias, o adicional de periculosidade pode ser garantido por convenção coletiva. Isso significa que mesmo motoristas que não transportam cargas perigosas, mas que estão sujeitos a outros tipos de riscos, podem ter esse direito assegurado por acordos sindicais.

O Motorista de Caminhão Tem Direito a Periculosidade?

Sim, em determinadas circunstâncias, o motorista tem direito a periculosidade. Motoristas que transportam produtos inflamáveis, combustíveis ou cargas perigosas são expostos a riscos que justificam o recebimento do adicional. A Lei nº 12.619/2012, que regulamenta a profissão dos motoristas, também prevê que, além de observar a jornada de trabalho, as empresas precisam garantir as condições adequadas de segurança, inclusive o pagamento de periculosidade quando aplicável.
Além disso, mesmo quando o motorista não lida diretamente com cargas perigosas, ele pode ter direito ao adicional se ficar exposto a riscos em outras situações, como em áreas de abastecimento de combustível ou em locais que envolvam eletricidade de alta voltagem.

Periculosidade por Convenção Coletiva

Outra forma de garantir que o motorista tem direito a periculosidade é por meio de convenções coletivas de trabalho. Em alguns casos, sindicatos conseguem negociar com as empresas o pagamento de periculosidade para motoristas que atuam em condições de risco, mesmo que não estejam transportando cargas perigosas. Isso inclui situações como o trânsito em áreas de risco, longas viagens por regiões violentas ou trabalhos em locais que possam oferecer riscos à vida e à integridade física.

Como Comprovar a Periculosidade em uma Ação Trabalhista?

Em uma ação trabalhista, é essencial comprovar que o motorista tem direito a periculosidade para que ele possa receber o adicional correspondente. A comprovação pode ser feita por meio de uma perícia técnica realizada no local de trabalho, onde um perito avalia as condições em que o motorista realiza suas atividades e verifica se há exposição a riscos que justifiquem o pagamento do adicional.
Além disso, documentos como ordens de serviço, rotas de transporte e contratos de trabalho que especifiquem o tipo de carga transportada podem ser usados como prova. O depoimento de testemunhas, como colegas de trabalho, também pode ser relevante para comprovar a exposição constante a situações de risco.

A Importância de Consultar um Advogado

Dada a complexidade das regras sobre periculosidade e a necessidade de uma avaliação técnica para comprovar o risco, é fundamental que o motorista consulte um advogado especializado em Direito do Trabalho. O advogado poderá orientar o trabalhador sobre seus direitos, verificar se há base para o pedido de adicional de periculosidade e auxiliar na coleta de provas para garantir que o trabalhador seja corretamente remunerado.
Além disso, o advogado terá conhecimento atualizado sobre as decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que pode ter interpretações específicas sobre casos de periculosidade em determinadas categorias de trabalhadores, incluindo motoristas.

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O Que Deve Conter a Petição Inicial?

Para ingressar com uma ação trabalhista solicitando o adicional de periculosidade, a petição inicial deve ser bem fundamentada e conter informações detalhadas sobre a função do motorista, o tipo de carga transportada, as condições de risco envolvidas no trabalho e a justificativa legal para o pedido. O advogado deverá incluir:
A descrição das atividades realizadas pelo motorista;
A exposição a agentes perigosos, como combustíveis ou produtos químicos;
A legislação aplicável, como o artigo 193 da CLT e convenções coletivas;
O pedido de realização de perícia técnica para comprovar a periculosidade.

Provas Necessárias para Entrar com um Processo

Além da perícia técnica, que é essencial para comprovar que o motorista tem direito a periculosidade, outras provas podem ser apresentadas no processo, como:
Contratos de trabalho: Que especifiquem as atividades desempenhadas e o tipo de carga transportada.
Ordens de serviço e rotas de transporte: Para demonstrar que o motorista esteve exposto a riscos constantes.
Testemunhas: Colegas de trabalho ou supervisores que possam confirmar as condições de risco.
Laudos técnicos anteriores: Que já tenham sido feitos pela empresa ou em outras ações envolvendo motoristas na mesma situação.
Essas provas são fundamentais para fortalecer o pedido do motorista na Justiça do Trabalho.

FAQ: Perguntas Frequentes sobre o Direito à Periculosidade para Motoristas

1. O motorista tem direito a periculosidade?
Sim, motoristas que transportam cargas perigosas, como combustíveis e produtos inflamáveis, têm direito ao adicional de periculosidade, conforme o artigo 193 da CLT.
2. Como é calculado o adicional de periculosidade?
O adicional de periculosidade é calculado como 30% sobre o salário-base do trabalhador, excluindo outros benefícios como gratificações ou prêmios.
3. A periculosidade pode ser garantida por convenção coletiva?
Sim, em alguns casos, convenções coletivas podem garantir o adicional de periculosidade para motoristas que, mesmo não transportando cargas perigosas, trabalham em condições de risco.
4. Como comprovar o direito à periculosidade?
O direito à periculosidade pode ser comprovado por meio de perícia técnica, ordens de serviço, rotas de transporte, contratos de trabalho e depoimentos de testemunhas.
5. Qual a importância de consultar um advogado?
Um advogado especializado pode orientar o trabalhador sobre seus direitos, auxiliar na coleta de provas e garantir que o processo seja conduzido corretamente na Justiça do Trabalho.

A questão de se o motorista tem direito a periculosidade é complexa e deve ser analisada de acordo com as condições de trabalho e os riscos envolvidos. Se você é motorista e acredita que tem direito a esse adicional, consulte um advogado trabalhista para garantir que seus direitos sejam respeitados.